Tempo de Cais
Conforme o tempo avança
lembro-me cada vez mais
do tempo quando eu criança
corria ao sol no cais.
Vau que inda hoje aliança
amigos, parentes e pais
outros de minha privança
liames de mesmos ais.
Soaroir Maria de Campos
10/12/06
domingo, 4 de dezembro de 2011
Perdido na Net III
40- Se Eu Morresse Amanhã
©Soaroir Maria de Campos
I
Desinfetar o beco e abandonar o eito...
Antes, porém eu da sentença recorreria,
em cabendo uma apelação para tal feito.
Certamente, se amanhã morrer fosse o dia,
chegada a hora daqui eu ter que partir
de volta pras estrelas, lugar donde eu vim,
indeferimento rogaria pro meu sair.
Acinte, desazado momento, aceria!
Das gentes que conheço com nada a provir
premiada delação por tempo eu trocaria
pra minha criadeiria eu poder cumprir.
II
Amanhã um dia, se finalmente, o dia,
vir de lá de cima a ordem pra partir,
a mais intensa febre de agror
das imputadas penas eu buscarei remir
do ventre inda aquecido por este calor
– Ontem não pude vos dar amor! Eu sei.
Vinde aos meus seios, agora vos esperam...
Não deveríeis assim ter partido! Errei...
Quero no Céu ter uma brecha permanente,
um novo começo para as vidas desmedradas,
guardadas neste mofino quarto quente,
pelo meu amor ainda abaetadas.
Silente Existência vinde repartejante
a quem hoje a Vida foi quem abortou
arrependida e eternamente penitente.
Set.15-2006_São Paulo, Brasil
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