Tempo de Cais



Conforme o tempo avança
lembro-me cada vez mais
do tempo quando eu criança
corria ao sol no cais.
Vau que inda hoje aliança
amigos, parentes e pais
outros de minha privança
liames de mesmos ais.


Soaroir Maria de Campos
  10/12/06

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

às vezes me grito

São Paulo - SP
soaroir@yahoo.com.br


Quem és? Como te chamas?


Sou tantas e tão pouco!
Ao mesmo tempo, separadamente
Do quarto ao banheiro, da cozinha à sala ...
De frente, de lado, de costas
Nos bares, nos espelhos dos cafés
Nas borras do azeite
Da chávena ao caneco em punho
Num gargalo direto ou no gargarejo de um porto...
Sou um sopro na arte do vidro
Fascínio, transparência e brilho
Mistério, transcendência e leveza
Ao bel-prazer do artista.
Eu me chamo, às vezes me grito
Pelas narinas das coisas,
Nos ouvidos dos sonhos
Num vinho de muito corpo
Ou cachaça no fundo dum copo
Em alguns lugares eu me creio
Bruxa, fada, duende
Sem registro de qualquer nome
Chamo-me alquimista
A bel-prazer da artista.

copyright Soaroir 20/06/2008

----------

Nenhum comentário:

Postar um comentário