Tempo de Cais



Conforme o tempo avança
lembro-me cada vez mais
do tempo quando eu criança
corria ao sol no cais.
Vau que inda hoje aliança
amigos, parentes e pais
outros de minha privança
liames de mesmos ais.


Soaroir Maria de Campos
  10/12/06

domingo, 24 de maio de 2015

Limpando os Guardados

(perdidos na Net)



Entre muitas tralhas encontrei  "Sobre Rocas e Fusos" de quando meu filho, hoje com 22, estava na primeira série do CSL. Acho que é um tema muito atual e divido-o c vcs:


Sobre rocas e fusos Lygia Rosenberg Aratangy
Estou escrevendo este livro por causa da Bela Adormecida.
Para mim, essa é uma história em que toda a tragédia acontece porque os pais
da princesinha teimavam em acreditar que deveriam afastar todo o mal para longe da menina. Mais ainda: estavam convencidos de ter poderes para isso. O pior é que eles viviam repetindo a mesma bobagem, como se fossem capazes de aprender com a própria experiência.
Pois veja: para o batizado da menina, deixaram de convidar a velha bruxa,
porque ela era feia e malvada, e eles achavam que a feiúra e a maldade não podiam fazer parte da festa. Mas, como esses atributos fazem parte da vida, a bruxa invadiu o palácio mesmo sem convite. E, para vingar a afronta recebida, lançou uma maldição sobre a criança.
Não seria melhor ter convidado logo a malvada e dado a ela uma porção de coisas boas de comer e beber, para aplacar seu mau gênio? Não seria mil vezes preferível tê-la como hóspede do que como inimiga?
Mas a bem intencionada bobeira dos pais foi ainda mais longe. Ao ouvir da bruxa que a princesinha, aos 15 anos, iria ferir-se gravemente com uma roca de fiar, o que fez o pai? Mandou banir do reino inteiro todas as rocas de fiar. Como se algum pai, por mais poderoso que fosse, tivesse o poder de afastar dos filhos todos os objetos (e sujeitos...) capazes de feri-los, de lhes fazer mal. Ainda mais aos 15 anos.
O que aconteceu, então? Tinha sobrado uma roca com seu fuso, no alto de uma antiga torre onde vivia uma fiandeira, solitária e isolada. A princesa chegou casualmente à torre e, ao deparar pela primeira vez com aquele estranho objeto, ficou curiosa, pegou nele de mau jeito e furou o dedo. Conforme, aliás, todo mundo já sabia, há muito tempo, que iria acontecer.
Não teria sido mais sábio o rei se tivesse alertado a menina para o perigo que
aqueles objetos representavam para ela e ensinado sua filha a se defender, em vez de tentar negar a existência de rocas e fusos? Talvez, se pudesse saber do risco que corria, a princesa fosse mais cuidadosa e até evitasse o acidente.
Então.
Eu acho que muitos pais e mães de hoje continuam a se comportar do mesmo jeito que os pais da Bela Adormecida, como se não tivessem entendido a história. Daí, achei melhor escrever este livro.

Texto introdutório do livro Doces Venenos.


Lidia Rosenberg Aratangy
Lidia Rosenberg Aratangy formou-se em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em 1976. É catedrática nessa instituição há mais de 30 anos e trabalha também como terapeuta de casais e de famílias desde 1978. Foi assessora no ministério da Educação e da Cultura em diversos projectos relacionados com jovens e adolescentes. É autora de vários livros de psicologia que abordam os temas do afecto, dos relacionamentos, da educação e das dinâmicas interfamiliares.

DEVORAÇÃO

(perdidos na Net)
por Soaroir - 01/11/08
fotógrafo/Jimmy Hoffman

só o Ctrl+S salva¹.
    Com o tempo -
       muitas palavras
           são deletadas.
¹save
mote: "Devoro palavras como se me alimentassem a alma, de substâncias
nutritivas transformadas em versos e doces canções."

sexta-feira, 22 de maio de 2015

A Viagem

(perdidos na Net)

Soaroir Maria de Campos
31/7/06

A VIAGEM

foto copyright Soaroir

VIAGEM AO INTERIOR
Ir fielmente da vida ao texto é praticamente impossível, mesmo porque sempre tendemos para o terreno do fantástico ou para o egocentrado, pelo menos na minha visão de cidadã comum cujos textos não costumam terminar com indagações, dúvidas como o que é que eu estou fazendo aqui; o que é a vida; afirmações de “foram felizes para sempre” e muito menos com evoé!

Dentro do meu possível, inicialmente tento me instruir, me inteirar dos fatos a fim de encontrar explicações e justificativas para atitudes não condizentes com máximas enraizadas em minha mente desde a infância e que vejo hoje não serem seguidas. Sem anatematizar ninguém e considerando a minha ignorância quanto às políticas, por um lado me solidarizo com os paises ricos que colaboram com os mais necessitados, mas, inevitavelmente me inflamo quando vejo um país que ainda não pode cuidar de suas crianças e velhos, sem muitos argumentos ostentar com deferência a locomoção de diplomatas, certamente a altos custos, para organizar e vistoriar, de algum local à fronteira dos bombardeados, migrações; remoção de centenas de férteis comerciantes de dupla cidadania que, por iniciativa e interesses próprios, residem em suas terras de origem e de sabidos eternos conflitos,  onde lá deixam seus aforros/pecúlios e impostos sobre o que por aqui amealham.

 Minhas experiências como brasileira em outras Américas e Europa não me marcaram muito bem, mesmo eu pagando as minhas despesas. De positivo mesmo foram as lições  multilíngues que me deram sobre a importância de cada macaco ficar em seu próprio galho. Não desenvolvi qualquer espécie de fobia, tanto que me ponho a pensar nos famintos da África e nos pobres do Haiti; especialmente me preocupam meus compatrícios que, na busca ilusória de ganhar dinheiro lá fora para comprar um lugar onde morar aqui em seu próprio país e decentemente pagar seus impostos, mesmo que exorbitantes - escruchantes, estão encerrados em prisões do México ou Estados Unidos, aonde nenhum avião da FAB vai com  todo o desembaraçamento lá buscá-los.

Como já mencionado, sou somente uma ignorante cidadã brasileira que na medida em que a realidade sobrepuja a compreensão de direitos e deveres, humanidade e ilegitimidade, fatos que na maioria das vezes passam desapercebidos irrompem, como numa tela do agora, causa surpresa e até receio de estar sendo injusta. O empirismo e a convicção não alcançam o meu entendimento, assim sendo termino este breve texto com interrogação no lugar do ponto final.

Soaroir Maria de Campos
31/7/06
Soaroir
Enviado por Soaroir em 06/08/2006
Código do texto: T210290
Classificação de conteúdo: seguro

domingo, 17 de maio de 2015

domingo, 3 de maio de 2015

Nos termos do Destino

(Perdidos na Net)

Nos termos do destino
Soaroir 17/8/10

                           mote: "verdades e mentiras"


passo às mãos do legítimo
Fiel depositário -
essa massa falida

acervos de que abro mão –

que se vire o destino
com os ativos e os passivos
junto aos seus credores
eu cansei...

cansei de desviar
o curso dos (meus) rios
investir em mundos
e fundos de direito e (de) paz

que se destampem os olhos dos furacões
enxerguem as verdades
e varram as mentiras (patranhas)...

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Perfumes de Homem

( Coleção perdidos na net)

Perfumes de Homem

©Soaroir de Campos
Abril 24/2009

Como os mais finos licores
Todos são perfeitos para encerrar uma refeição
E são resultado de muito aprendizado.

Os regionais cheiram a pequi
Fruta típica de Mato Grosso
O escocês a wisky
Num excêntrico Drumbuie.

Em Grand Manier
Embriaga o francês
E para as ervas do Strega...
... sequer me sobra uma rima...

Só os cremosos
como cacau e cassis
não me apetecem ,
muito
Embora para cada um
exista um momento.

Advertência:
Cuidado para não se viciar.



LICOR DE PÉTALAS DE ROSA
http://pote-de-poesias.blogspot.com/

Soaroir