Tempo de Cais



Conforme o tempo avança
lembro-me cada vez mais
do tempo quando eu criança
corria ao sol no cais.
Vau que inda hoje aliança
amigos, parentes e pais
outros de minha privança
liames de mesmos ais.


Soaroir Maria de Campos
  10/12/06

domingo, 30 de dezembro de 2012

Profeta de nosso Tempo





Gentileza

Marisa Monte

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca
Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza
Por isso eu pergunto
À você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria
O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o Profeta


Rizomas de uma Alma


Soaroir 29/12/12


Ninfeias Azuis - Claude Monet  - Museu d'Orsay, Paris



Mergulho nos vãos da existência

Quebra o selo do sigilo e,

Cerra o toque de recolher

Do perfume das ninfeias -

Principiadas nas profundezas -

A acolher borboletas

Vindas todas de um tempo

Que há muito decorreu;

Adorno precioso...

Para construir novos trajos

Ou aviar a mortalha.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal Visto de Cima

Natal Visto de Cima
Soaroir 25/12/12  12:04

 (rascunho - sem revisão)

Jejum

 
 

Agora um fresco, mas forte vento assobia por entre algumas frestas.  O resto é silêncio. Do quinto andar vazio de vizinho observo lá embaixo uma cadelinha que tenta correr com suas patas traseiras mecanizadas. Também observo meu pé de fava rajada com duas vagens sobreviventes de boa florada; plantada em um pequeno vaso ela sobe céu à cima. Espero que as gavinhas suportem.

Refugiado durante toda a noite devido ao barulho, Tuko dorme tranquilo na cama do Tuca que foi passar o Natal com o pai.

Com tanto vento espero que a luz não acabe. Provavelmente hoje não roubarão fios, o ar está mais leve e sem cheiro de encapamento queimando. Temperatura agradável, diferente dos 33º de ontem.

Essa noite, de repente, o azul tomou conta do céu antes cor de chumbo e a Lua quase cheia ao lado de Vênus, ou Júpiter?, me pareceram mais perto.  Muitos fogos de artifício. Na praça em frente, meio as comemoração vistas de longe chegam correndo dois rapazes para curtirem seus cachimbos.

Acendi sete velas decorativas, sobradas do despejo de Dezembro de 2010 e enquanto elas com dificuldade queimavam roguei pelos meus filhos e neto. Pedi que Deus não me permita sentir rancor.

Meia noite, sem quem abraçar, pesar ou autopiedade,  imaginei a solidão do  porteiro e desejei –lhe Feliz Natal pelo interfone. Surpreso ele me retribuiu.

 Acompanhei direto do Vaticano a Missa do Galo e refleti muito com a mensagem da omilíada, digo Homilía.

Primeiro Natal nesta morada; só, com o cachorro escondido debaixo da cama, encontrei tempo para Deus. Ou foi Ele quem arranjou este tempo para mim?

Enviei e-mails de Boas Festas para a família na Inglaterra. De um acabo de receber Delivery Status Notification (Failure)". Talvez meu filho ligue mais tarde.

Com jejum alcoólico sinto mais fome. Retirei do freezer a carne moída. Acho que farei um macarrão.

 
(rascunho – sem revisão)

domingo, 16 de dezembro de 2012

Renascer

(Coleção Perdidos na Net)


Como um João-de-barro
Deste Natal em diante,
Daqui para frente,
Reconstruirei meu lar
Aos charros -
Vida longa!
Eu os verei passar...
Soaroir de Campo

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

"O nome a obra imortaliza"

Que todos os bons pedidos sejam atendidos.
Salut!
Soaroir 12/12/12




Autor: João Nogueira 

  
"O corpo a morte leva
A voz some na brisa
A dor sobe pra'as trevas
O nome a obra imortaliza
A morte benze o espírito
A brisa traz a música
Que na vida é sempre a luz mais forte
Ilumina a gente além da morte
Venha a mim, óh, música
Vem no ar
Ouve de onde estás a minha súplica
Que eu bem sei talvez não seja a única
Venha a mim, oh, música
Vem secar do povo as lágrimas
Que todos já so.....frem de......mais
E ajuda o mundo a viver em paz"





Soaroir
Enviado por Soaroir em 12/12/2012

sábado, 8 de dezembro de 2012

Brioches

(coleção Perdidos na Net)


BRIOCHE CULTURAL


Nada mudou na monarquia
temos  brioches da aristocracia
e  muitos circos “proselitistas”
pastoriados por argentaristas
reféns da choldraboudra
sem esperança de espoldra.

se é de súcias o pcc
e o governo de a,b e c
como podemos entender
vir a liberdade se abster
dos mortos se conhecer

enquanto no morgue exala
corpos tombados sem RG
aquela gente aguardada
que não vai mais poder se ver
na “Virada Cultural”
ou aos discursórios de TV
brioches  senhores...brioches...
brioches para mascarar a dor
neste grande circo fingidor
para os tombados sem nome
cuja/esta guerra tem agnome.

brioche sr...? brioche senhora...?
venham todos, é de graça!

pianos na praça
zabumba chalaça
“singelando” a rebarba
como remédio de berba
escorregando sem dor
um politiquismo abafador
que encobrindo (sua) a abstemia
vem zombar da melancolia
dando virada cultural
numa traição gutural
mostrando como o povo é feliz
enquanto (a) turbas dominam seu País.

hoje tem espetáculo
ontem teve marmelada
agora o palhaço tem alegria
sob as lonas da abulia
até o gol da seleção ser gritado
e mais um amanhã ser camuflado
brioches... brioches...
senhores, brioche!?
é de graça...

                                                                                 

 Soaroir – 22/05/2006

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Mistérios de Natal

(coleção Perdidos na Net)


Dê uma Trégua ao Natal

(reedição) 


imagem/google
 
(um breve rascunho)
Soaroir
9/12/10

Troquei o tênis por uma sandália rasteira que por desusança me faz caminhar mais lentamente “Quinze dias para a Noite de Natal” ouvi enquanto atravessava o farol a caminho de mais um compromisso de factotum.

Suando em bicas acabo de chegar do supermercado e diferentemente da falta de umidade do ar, percebi os olhos marejantes de compaixão e bondade das pessoas, como se de repente um dispositivo regulado para ligar somente nesta época fosse ativado. Involuntária reprodução de reação alheia que se espalha e contagia.

Chega a ser sinistro a repentina gentileza dos transeuntes que param de dar esbarrões uns nos outros; ajudam os idosos a carregarem seus pesos; jogam as guimbas na lixeira; recolhem o cocô de seu cachorro. Quanta solicitude... Percebi que deixei de ser transparente para os funcionários do meu condomínio. O porteiro até me ajudou com as compras, abriu o portão que normalmente, quando com as mãos ocupadas, preciso empurrar com os pés.

Caso pensem que vou cotizar naquela caixinha de final de ano, se enganam. Estou entre aqueles que recompensam o bom atendimento e não o compra.

Mas vamos lá. Invoquei a minha alma poética e considerando o Dia Internacional dos Direitos Humanos, a ser comemorado amanhã, 10 de dezembro, comecei por mim, indagando por que permitimos sentir o que o outro desperta em nós. E o que será que despertamos no próximo para mudar de atitude displicente para respeito e consideração somente na aproximação do Natal?

Seria medo do castigo de Deus, interesse material ou porque nesta época as pessoas largam seus saltos altos e tênis e andam mais devagar?

Aqui neste teclado e de pés no chão me lembro do John “tudo o que estamos dizendo é: dê uma chance a Paz” - mesmo que seja só por trinta e um dias dos 365.

sábado, 1 de dezembro de 2012

No Cais do Mundo

(Coleção "Perdidos na Net")

No Cais do Mundo
Soaroir 25/04/08

Sentada no cais do mundo esperei

De verão a verão sua chegada

Vi navios indo e vindo

E você qual nada!

Desisti...

Felicidade parece —

Inesperada.

Manifestos

Coleção "Perdidos na Net"

MANIFESTO DE AMOR

Manifesto
Soaroir 25/05/07

os meus olhos te encontraram
e te olharam, longamente...
os teus olhos, me fitaram
demoradamente...
desde então, nunca mais vi
nem senti
outro olhar em  minha vida...

II

Endosse
Soaroir 25/5/07- 10:00h

tua liberdade alucinou os meus sentidos!...
avistei a felicidade
em mundos desconhecidos...
fascinou-me a expressão forte
de liberdade e de desejo
em tua pousada.

III


o encontro ditado por um olhar.
talvez fora á vista primeira.
e o desenconto por deixar voar,
poderá durar uma vida inteira.
perdoi-me cara poeta, mas teus versos entrou de tal forma, que não pude calar-me. beijos.
DE: faustopoti 27/5/07

domingo, 18 de novembro de 2012

Destino




          Meu dever fez-me, como Deus ao mundo.
          A regra de ser Rei almou meu ser,
          Em dia e letra escrupuloso e fundo.

          Firme em minha tristeza, tal vivi.
          Cumpri contra o Destino o meu dever.
          Inutilmente? Não, porque o cumpri.



in:
III. AS QUINAS   ([Heráldica]  Cada um dos cincos escudos que entram nas armas de Portugal)
PRIMEIRA / D. DUARTE, REI DE PORTUGAL ~Fernando Pessoa 

Velhos Natais

Coleção Perdidos na Net

Velhos Natais

By Soaroir
23/12/08

imagem:google


















De tudo ficou um pouco.
Dos sonhos. Da árvore.
Das cores. Dos enfeites
já quebrados.

Guardado ficou um pouco.
De fé. De abraços apertados.
Das flores secas. Da mesa
e da toalha engomada.

Sempre fica um pouco.
Do cheiro do pão. Da mãe
do fogão. Dos brinquedos
amontoados no chão.

De tudo ficou um pouco.
Dos velhos natais.
Do sorriso da família
no retrato que sobrou.
Do retrato dos amigos)



(este texto teve por base o poema "Resíduo" de Carlos Drummond de Andrade )

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

... se não fosse a República...

By Soaroir 12/11/12







E se não fosse a República...
Ó pá

Meus meninos seriam putos
Brincando com a canalhada;
Formados em estomalotogia
Seriam agora explicadores e,
Toda manhã, após uma carcaça,
Uma bica, autoclismo na casa de banho,
Seguiriam em seus descapotáveis
Sem matar nenhum Almeida;
Pra enfrentar as mesmas bichas
Mesmas aturadas por cá...



(quando me lembrar de + continuo)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Reproduzido pela Pintura


Osum
By Soaroir 6/11/12


imagem/google


N quero noticias más
Poesias tristes
Pensamentos copiados
Autorretratos embotados
nem solilóquios...

N quero fazer amigos
Reciclar conhecimentos
Saber de Deepak Chopra
Tampouco de queijos
ou ratoeiras...

Mas dos fanicos restantes
dos meus bolos de fubá
tingidos com urucum...

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Sobre Atobás e Albatrozes

Sobre Atobás e Albatrozes
Soaroir
30/6/09
 


                          
 mote: "Lutar e vencer"


lealdosos instintos vão à frente do vencer
convencer, o honesto e bravo dom do atobá
eloquentemente, viver só para mergulhar
depois de concentrado, repentino bote
ficar no ar sem bater de asas...
não avoasse o homem na labuta de viver
a luta, se de perder ou de ganhar
sem derrotas este se concentrasse
antes de mergulhar - conspirar
planear, e planar, e planar, como um livre atobá
sobre quaisquer rotas do ser capaz
de lutar, granjear ...contudo...
de longe o melhor, o maior prêmio que há
e a Natureza provém, ao mau
ou o bom albatroz, contidos - só...
no cada um, do homem que respira
no condoreirismo...
Soaroir

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Aliatoriedade e Determinismo

Coleção perdidos na Net

 

Determinação x Determinismo



Soaroir 17/9/09
 

Determinação... muitas vezes
me deixou em cada valão... –
Quando resolvi dosá-la – pluft
Cai também !
Só pode ser destino...





segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Pela Paz


Pensamentos de Soaroir

Ainda filosofando... e sem tergiversar -  de tanto desamor muitos viram ostras – não guerream mais por um amor, no entanto amam pisar na relva, na areia....

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Pensamentos de Soaroir


Nenhuma lembrança pode ser inútil... são elas que compõem nossa biografia.  
Soaroir 18/9/12

Soaroir e o Prof. Scliar - Bienal do Livro

sábado, 15 de setembro de 2012

Tudo tem um Par

Coleção Perdidos na Net

Tudo tem um par

Soaroir
304/10
                       mote: "Dois em Um"


Os olhos são redondos
Para melhor enxergar
Que tudo na natureza
Sempre vem em par

Um par não é 1
Não é 5 nem 6
Quase esqueci
São 4 ou 3?

Vejamos alguns

Um par de
Meias
Um par de
sapatos
Um par de
luvas...

Coisas se perde em algum lugar!!!
Não importa quando ou o quê
Quando são dois
Você sempre tem um par...

(adaptação do texto:"eyesareround"/mathstory.com)
 
Soaroir
30/04/2010
Código do texto: T2228664

domingo, 9 de setembro de 2012

Verão de 2007 ou Poema Quente

Coleção Perdidos na Net

By: Soaroir Maria de Campos
Dez. 31/2007





Verão de 2007
ou
Poema quente

By: Soaroir Maria de Campos
Dez. 31/2007 - 13:09 p/poesia on-line do RL


Acostumado a violência o vento faz silêncio

Armas verdadeiras, de brinquedo ou pra proteção

Afastaram até os ventos de nosso paulistano verão

Aclimado com garoa, chuva fina e brisa boa

No último dia do ano quando toda a cidade escoa

O calor de mais de trinta nos causando prostração

Afasta-nos da cidade deixada à civilização

Pensar fica difícil, até poetar fica sem graça

Brotando há só suor neste calor que não passa

Impossível pensar no futuro meu ou de algum país

Esperarei pelo vento para ouvir o que ele diz

Se nosso verão será todo com esta paragem

Ou se chuvas nos trarão sua refrescante aragem.


A Queda do Corpo

Coleção Perdidos na Net

O Corpo que Cai
Soaroir 9/7/10


que seria do corpo sem um falo
narinas e todos os outros orifícios
mera prisão – temporária
de todos os excrementos semi-ocultos
expelidos nos devidos compartimentos
...sofistaria ...efêmera arte antes da ante-sala
dos peitos e dos pintos e das bundas
caidos sem distinção - se ateus
filósofos, poetas - ignorantes
fecundas fêmeas ou meritosos machos...

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Coração Precisa de Espaço

Coleção "Perdidos na Net"

Dialecto
Soaroir 4/9/10

Mote: “Coração precisa de espaço




quando eu andava mais,
preocupada com o meu coração
me esquecia de dar bom dia

a mão nem estendia
a quem me pedisse atenção

aleivosias - coração e diapasão
um eco! Uma ultra-sonografia...
uma imagem mosqueada:

a dor que me sorvia
não era minha –

pulsava no solo da encubação..


um dia concluo

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Não doem Meu Coração

coleção: Perdidos na Net

 

Não doem meu coração

"Último desejo"
p/poesia on-line do RL

Não doem meu coração
© Soaroir Maria de Campos
25/08/07 13:45h


Ah!, meu último anelo não vou revelar...
Entre tantos nem sei qual escolher,
inda que o queiram saber! Para quê?
Se ninguém vai mesmo realizar!

Deixemos à hora denunciar
que desejo último prevalecer
na questão de se ter ou não se ter
direitos após mesmo defuntar.

Pra quem bem me conhece pediria:
não doem meu fígado ou coração...
Neles há pouco para se aproveitar.

Não é que eles sejam porcarias,
mas estão bem longe da perfeição
pra alguma outra vida remediar.


ps: Perdoem-me! Esta é minha 1ª tentativa de SONETO...
 
 
Soaroir
Enviado por Soaroir em 25/08/2007
Reeditado em 26/08/2007
Código do texto: T623260

domingo, 29 de julho de 2012

Dá-me Tempo


 http://api.ning.com/files/H1aDTlMpJhsHr1lupCKLhqjdQYIkJvoNL9MVqcgyK4HDGZ1zAWZT9mmRL8XScBu3HQVBgtV6NMK27IQ0ktGW1EDPZNVmUbsg/pasdedeux.jpg




Dá-me tempo, para acertar nossas distâncias...

Chegamos, quase juntos, mas tu

Arrebatado, preferiste partir primeiro

Sem cerimônia, escrito curto

Quais gravames, injúrias

Arrimos te assaltaram?

Preciso de tempo

Para acertar nossas distâncias...



(desaniversário)
Soaroir
29/07/12 – 18:32

terça-feira, 10 de julho de 2012

Memórias de Vidas Passadas

Coleção "Perdidos na Net"

Memórias
de Vidas Passadas


Este tema, pelo q me lembro,
foi o q mais demorei p desenvolver!!
Teilt Freud es erklären?
Soaroir 16/6/10

Mote:
Na memória de meu coração...




Nem fama, nem intenso abrasamento
Vividos nesta vida hão de durar
Muito além da poesia de um momento
Como as eternas feitas para brilhar

Pode a imagem sonhada ser derrubada
Não há a destinada quem a destrua
Com foice, reza brava ou espada
Pois o que é "teu" é "teu" e não recua

E os sentimentos unidos neste estirão
Trazem memórias de almas reencontradas -
Pósteros hão de me dar alguma razão -
Amados... são amores de vidas passadas...

         por Soaroir em 16/06/2010
         RL/Código do texto: T2323117


Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (© Soaroir Maria de Campos em "link para obra original" - "data de publicação no recanto"). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Roupa de Infância


rendas bordadas
inquietação bem medida
passamanarias...
bordado inglês
fitas coloridas
da infância alheia
enfeitando os remendos
(em)babadando os restos
tecidos de missa
dos dedos dobrados
nos sapatos vencidos...

Soaroir Setembro/22/2010

(sem revisão)

imagem e texto by Soaroir

domingo, 8 de julho de 2012

Preserve esta Espécie

AMANHÃ EU VOU



Que enigma o soturno canto
Nas histórias que ouvi
De minha gente de Campos, Ururai
É de uma ave que ensalma
Noite afora, acima dum jirau
Piando promessas
Que sabe não poder cumprir
De dia ele se aninha no chão
Entre um bambuzal
Não por lentidão ou preguiça
Talvez só pra poder refletir
Sobre a sua extinção
Quanto medo bacurau
Quanta lenda
Quantos contos dizem ser de gente
Prometendo a noiva resgatar
No seu canto há só promessas
Sim há
De esperança Caprimulgus
E coragem na alma interna
Que seu futuro é o que virão resgatar
Daí a sua promessa eterna
“Amanhã eu vou!”
por Soaroir em 17/06/2006
Código do texto: T177234

( O BACURAU ave que se encontra na lista de animais em extinção e pertence a família Caprimulgidae sendo uma ave caprimulgiforme. Chega a medir vinte centímetros de cumprimento com coloração marrom claro e uma faixa ma cor branca em suas asas e abdome. Alimenta-se de insetos e sua reprodução acontece nos meses de setembro até janeiro no Paraguai fazendo seus ninhos no chão. Já no Brasil adora o Cerrado onde haja campos limpos e muitos cupinzeiros.O principal motivo para essa ave estar em extinção são as queimadas e desmatamento e também por causa da mudança de cerrado para plantações de eucalipto, soja, pastagem e muitas outras plantações onde eles não vivem. É uma espécie protegida, mas mesmo assim pode um dia não mais existir.)
Fonte:culturamix.com
    

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (©Soaroir Maria de Campos em "link para obra original" - "data de publicação no recanto"). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Carta a um experiente escritor (de sucesso)

Coleção Perdidos na Net
Carta a um experiente escritor (de sucesso)
Soaroir 2/6/09 - 14:30h
 
Primeira Parte


Alegra-me viver nessa era

Onde artífices da criação

São amostras acessíveis

À minha iniciante condição

Tosca diante de teu modelo

Absoluto, que a mim inspira

Na fé, de no futuro ser poeta

Amparado pela confiança

Assaz respeito e consideração

Que a este novato dispensas.


sexta-feira, 6 de julho de 2012

Destruição de Arte

A estupidez humana é a única coisa que dá uma ideia do infinito.

Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana.
 Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta.

A maldade bebe a maior parte do veneno que produz.

O médico vê o homem em toda a sua fraqueza;
 o jurista o vê em toda a sua maldade;
 o teólogo, em toda a sua imbecilidade.
Deus resolveu reformar o mundo, e escolheu o seu coração para iniciar a reforma.
Isso prova que Ele ainda acredita em você.
E se Ele ainda acredita, quem sou eu pra duvidar... (?)
Padre Fabio de Melo

O B.O. na  ... Delegacia tem o nº... e a Lei... me concede 6 (seis) meses para entrar com representação pelos danos material, moral e psicológicos, mas não pretendo.
Seria conferir muito valor e honra a um ignorante
violador de arte e propriedade alheia.
Soaroir 11/7/2012

Cerâmica Cearense - anos 70





quinta-feira, 5 de julho de 2012

O poeta que não calculava

Coleção - Perdidos na Net

o poeta que não calculava


Queria escrever mais, mas ainda me falta o dote;
o tempo não ajuda apesar do mote;
a estação outono abriu sem sol;
fico eu na plataforma plantado, pensando
no alpiste que acabou, nos passarinhos que migraram.
Minhas flores estão murchas, mesmo aguadas há pouco viço.
Estou aqui incubado no mesmo vaso que os narcisos.
Bulbos encobertos esperando o adubo no fim do mês.
Quem sabe recobrirei a prima Vera.
por Bruxa Onilda da Gália em 25/03/2008
RL Código do texto: T916174
http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/916174
ps: heterônimo de Soaroir

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Deus e o Poeta

Coleção - Perdidos na Net

*DEUS E O POETA*
(fiat vatis...)
By:Soaroir de Campos

http://pote-de-poesias.blogspot.com/


Depois de criar o mundo,
depois do sétimo dia ,
o Senhor de todas as artes
pensou com poesia:
como seria uma criatura
pra versar sobre a criaria.
quem não fosse só profeta,
esse já tinha sua missão;
nem tampouco só filósofo,
detentor da verbal esgrima.
precisava de criatura completa
que soubesse convencer com rima.
ai Deus criou o poeta.
mas antes do fato acabado
fez-lhe séria consideração
- este é um mundo só seu
não dependa de aprovação
haverá dias em que nem Eu
poderei lhe dar inspiração.
e o poeta, cheio de aflição
passou então a depender
unicamente de devoção
ao seu ofício de escrever.

Soaroir
Enviado por Soaroir em 20/10/2008
Código do texto: T1237802

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Universo Retraído



foto by/Tucalipe




Universo Retraído
© Soaroir 2/8/08

“O Vestido” releio.

Visto qualquer coisa. Parto.

No quarto do meio

Procuro um veio.

Dia cheio de nada.

[Nem a poesia veio.

O mote do dia não veio.

A chuva prometida não veio.

O pastel da feira não veio.

[Sequer a vontade veio.

A palavra não veio.

O Verbo não veio.

A rolinha não veio.

[Nem a fome veio.

Será medo da liberdade?

[Não sei.

A promessa não veio.

A dor não veio.

A solidão não veio.


[Nem a tristeza veio.

A sorte não veio.

O riso não veio.

A cura não veio.

[Nem o remorso veio.

Dia cheio de nada.

A poesia não vem

Será medo da liberdade?

[Não sei.

Virei refém.

Amanhã, quem sabe...



Obra original também disponível em:
http://www.overmundo.com.br/banco/universo-retraido

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Tres Vezes eu te Renego

Três vezes eu te renego

© Soaroir de Campos 3/1/09


imagem/google


Gazeante memória que como pássaros
migra para convenientes pastagens
deixando para trás o campo seco
que um dia fértil os acolheu
e proveu-lhes ninho.
Três vezes eu te renego desmemória
pelo tempo que, se para alguns pouco,
entretanto bastante foi o dormir em concha
roçando as coxas e beijando as costas;
enroscando os pés nas noites frias
e refrescando os dias de tempo quente.
Por esta recusa em enxergar os prós
e por te enlear somente aos contras
guincho como um texugo alvoroçado
recusando-me a esquecer de te lembrar
de que um dia guardaste amor de quem,
talvez, ainda ame em paralelo.
 

"Poema sobre a Recusa"
(baseado in "Vozes e Olhares Femininos"
de Maria Tereza Horta
dedicado a rgs

Para Poesia on-line do RL
Enviado por Soaroir em 03/01/2009
Código do texto: T1365538
    

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (©Soaroir Maria de Campos em "link para obra original" - "data de publicação no recanto"). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Imagens de Natal

Coleção Perdidos na Net

Imagens de Natal

Imagens de Natal
© Soaroir Maria de Campos
Dez.21/2007 - 11:16 "Natal"


Vou tirar de sob a cama as velhas imagens
Feitas com o barro quando ainda havia chuva
Montarei meu presépio novamente
Junto ao único verde existente cacto gigante
Com seus frutos como enfeite
E algodão pra dizer que é neve
Pra ver se Papai Noel olha pra cá
E se lembre do nosso pólo norte
Mesmo se já passar da meia noite
E se as renas já estiverem cansadas
Não precisa parar, pode mesmo varejar
O que no fundo do saco tenha sobrado
Talvez uma bola sem ar
Um carrinho faltando as rodas,
Uma rabeca sem cordas,
Uma boneca quebrada,
Quem sabe alguém não estava em casa
Ou a lareira estava ligada,
Ele não pôde chegar e sobrou um brinquedo?
Continuarei esperando pelo Papai Noel
Embora bem saiba que ele não vem
Mas quem sabe este ano Ele se lembre
Que já fui criança também?
 
 
 Soaroir em 21/12/2007
RL/Código do texto: T787234


Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (©Soaroir Maria de Campos em "link para obra original" - "data de publicação no recanto"). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Cordelista de Brejo Santo

Coleção Perdidos na Net





S ua alegria me conquistou
O seu sorriso me alegrou
A amizade iniciada na internete
R aizes agora aprofundaram
O
nosso encontro foi providencial
I ndispesável pela vontade de Deus
R
ealidade quase inacreditável.



Acróstico dedicado a amiga que encontrei em São Paulo.
marineusa
Enviado por marineusa em 09/07/2008
 
 
  19/09/1945 - 05 de junho de 2010

Amei-te. Não te amo agora.

Coleção Perdidos na Net
Amei-te. Não te amo agora.
Soaroir 13/1/09


imagem/google


Perdida te encontrei sob as touceiras de um oásis
Entre miragens me descrevias dunas e vidas em tundras
Tateias cansada. Confusa beduína a sede te enfraquece -
Justo à beirada de teus jardins - desfaleces
Ante o “poço do juramento” - amando mais a sombra
Do que as tâmaras de Negev.
(mote "Amar Você")

Para Soaroir

Coleção Perdidos na Net

"Saudação para alvorecer"

Autoria: Dudu Oliveira
Para Soaroir


A Soaroir

Para amanhecer
Quero uma lição de pedras,
A humildade efemera do orvalho
E a generosidade das trevas...

Para amanhecer
quero o destino do grão
e o anonimato do sabugo.

Uma miséria de pão
E a contrição do soluço

Enquanto é noite
Enterneça na candura da lágrima,
Subverta a censura do orgulho
E, assim, depois, amanheça...
Soaroir
Enviado por Soaroir em 16/04/2009
Reeditado em 16/04/2009
Código do texto: T1542402

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Minhas Palavras

© Soaroir 8/12/08











Quisera meter as mãos no barro
E os pés pelas mãos;
Moldar como peças minhas
Letras únicas e cuneiformes
Para meu pote de poesias;
Teria meu próprio dicionário
De verbos e adjetivos alforriados
De grau, tempo e lugar;
Para livremente prosearem,
Subiria então no mais alto monte
Esfarelando o abecedário;
Assistiria as palavras se juntarem
Da forma que elas se decidem me falar.
Entre dois espaços em branco
Pontuação, advérbios e numerais
Quisera eu… pois
Mantendo meus pés no chão
Doar meu particular significado
Aos vocábulos enjaulados
Em outras convicções.



Mote:
POETA, A PALAVRA É TUA!
"Fala. Escreve. Sonha. Ama. Chora . RiPoeta, a palavra é tua!Ela é o fio que leva nossos sentimentos.Sentimentos secos, frios, loucos, mudos, com som, paixão,O sentimento da tua arte. Tua arte.Se escreves palavras coloridas - pintas.Se ela tem movimento é dança;Se ela é harmonia, falas em música.Se tua palavra é barro que coagula - falas por escultura.Se falas em escritas - é verso , é poesia.É vida!Fala, escreva sempre, tuas palavras hão de corrermundos, montanhas, oceanos, brisas, lágrimas,elas te trarão ao retornar alento e bem querer.Poeta, escultor de sentimentos em palavras!" Delasnieve Daspet

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Resposta a um poeta suicida

Não leve tudo que direi ao pé da letra. É que hoje completo 65 anos.
Nasci pequena, cresci desacostumada a grandes aplicações;
em seguida investi tudo no mercado de capital aberto;
os índices das ações flutuaram... hoje vivo
dos dividendos distribuidos ,
em/de cada exercicio social.
Soaroir 14/6/12




Bolsa de valores
© Soaroir Maria de Campos - 16/10/07 15:52
P/poesia on-line do RL "O que perdemos por orgulho"

No leilão da vida pus preço
Nas ações de meu orgulho
Apregoado na bolsa da razão
Vieram os lucros e dividendos.
Ao final do pregão, arremates
Entre as perdas e os danos
Na dação em pagamento
Comutei meu patrimônio.
Não invisto mais em orgulho
Seu destino é a insolvência
Fico com o líquido e certo
Sem encargos, a modéstia.
Soaroir
16/10/2007

Cantiga d'amor tupiniquim

Cantiga d'Amor tupiniquim

Declaração de amor a Lingua Portuguesa
Soaroir 07/10/07 10:21

 

Senhora minha, desde que vos ouvi,

Lutei para dominar-vos com paixão

Oh castiço vernáculo de minha nação...

Que saibam todos deste meu amor,

E da tristeza que tenho, não ser trovador

Mesmo que a vida eu passe a vos servir.

Se aceitardes este meu inerudito cantar

Graça maior não ousarei vos rogar

Dona, que em vosso poder me tem,

Vós sois, suserana fala, meu valioso bem.

 
Soaroir
Enviado por Soaroir em 07/10/2007
Reeditado em 11/10/2007
Código do texto: T684362
p/poesia on-line do RL
Mote: "Uma cantiga de amor, medieval"

segunda-feira, 11 de junho de 2012

diario d´un autoestopista

diario d´un autoestopista ¹
Soaroir 15/9/10

 mote: andarilho

imagem/google


Um homem calvo calça preto
E o outro pé sem nada
Carregam seu guarda-roupas

Blusas e blusas caqui
Todas as suas mudas
De uma vida errante

Deus... quanta coisa passa
Lá em baixo

E continua...




nota da autora:
¹ caroneiro
(nômades n respeitam fronteiras
em busca de melhores pastos)
Soaroir
Publicado no Recanto das Letras em 15/09/2010
Código do texto: T2499067

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Achados entre os Perdidos


Achados entre os Perdidos

By Soaroir de Campos
Arrumando as velhas papeladas encontrei esta homenagem da escola do meu filho.
Acho interessante juntarmos nossos arquivos, independente do tema.
Bjs


Subject: Mãe
Data: Maio 1983
Fonte: Escola Olímpica
Autor: I. Almir R Guimarães

Eu te bendigo, mãe humilde e mãe rica,
Mãe preta e mãe branca, mãe
Do presidente e a do lixeiro;
Mãe dos fracassados e as dos bem sucedidos!
Eu vos bendigo mãe que foste abandonada
Por teu marido e agora tens somente
O tesouro de teus filhos que saíram
de teu seio!
Eu te bendigo, mãe de filhos assassinos, de filhos
Que estão nas prisões; que trilham pelo caminho
Do vício e da perdição
Porque a tua cruz é enorme
Eu te bendigo, mulher que querias ser mãe,
Que alimentaste em teu seio a vida de filhos
Que nunca chegaram a ver a luz do dia
Eu te bendigo, mãe que tens um filho
Incompreendido, injustiçado, perseguido,
Marginalizado, porque tu és uma cópia
Da mãe do meu senhor Jesus!
Eu te bendigo, Maria, Mãe Santa
De Jesus Cristo,
Mãe de minha esperança, porque tu és a humilde,
a pequenina,
A serva do Senhor e minha Mãe!

domingo, 3 de junho de 2012

Para Sempre

Ad aeternum
© Soaroir
8/11/08




Abraça-me com o amor

E beija os pequenos instintos

Como desejaria beijar-te

Ainda do coração

Tua menina moça

Não receies da aparência

Deus não há de permitir

Que somente eu envelheça

Resta-nos ainda, pois,

Além da leve promessa

ad aeternum morrer

De amor e (ainda) viver

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sexto Motivo da Rosa

By Soaroir
21/5/12


O que conserva e resume,
as notícias de um roseiral,
não é da flor o perfume -
é o ser rosa virtual

Mesmo assim ainda brilha
o olhar de qualquer mortal
pelos motivos de Cecília...

Serva da Gleba: Que lembrança vale toda a eternidade

Serva da Gleba: Que lembrança vale toda a eternidade: By Soaroir 11/11/07
 Sinopse : "Num local, entre o Céu e a Terra, pessoas que acabaram de morrer são apresentadas aos seus guias espiritua...

Que lembrança vale toda a eternidade

By Soaroir 11/11/07


Sinopse:
"Num local, entre o Céu e a Terra, pessoas que acabaram de morrer são apresentadas aos seus guias espirituais. Durante os três dias seguintes, eles auxiliam os mortos a vasculhar suas memórias em busca de um momento inesquecível de suas vidas. O momento escolhido é recriado num filme, que será a única lembrança a ser levada para o paraíso. Esquecerá e será esquecido pelo resto.
Não se segue viagem enquanto não fizer a escolha."

*(Mote baseado no filme japonês After life “Depois da Vida” ( Wandafuro Raifu) – 1998, dirigido por Hirokazu Kore-eda.)

----------xxxxx----------
Depois da Vida

Como macromoléculas existentes
Sem que nos demos conta delas
Cada epifania constrói nosso dia-a-dia.
Se na hora da cessação, revisão
For-me dado o direito de escolher
Um único melhor momento pra lembrar
Por toda a minha eternidade
Eu sei que vou sofrer…
Como deixar para trás o meu nascer?
As horas que passaram sem eu perceber,
As que me calei quando deveria falar
As pessoas que fingi não entender,
As que não me permitiram amá-las,
As que me amaram sem eu pedir,
E que ficarão por aqui?
Como me decidir entre o cheiro do coito
Meus abortos, meus partos, meus filhos,
Meus amantes, meus amores, meus pratos?
Como me esquecer da chuva, das brotações,
Da colheita do centeio, parreiras e oliveiras?
Da cigarra se pocando de tanto cantar,
Da formiga exaurida de tanto trabalhar?
Como me contentar ser esquecida
Pelas ostras que me enfeitaram com pérolas,
Pelos pássaros que me ensinaram a cantar,
Pelas letras que me permitiram escrever,
Poesias, mesmo sem eu sequer sabê-las…
A lembrança minha digna da eternidade
Sem sofrer eu escolheria o momento
Meu na hora de morrer
Olhando para trás com satisfação e riso
Admirando minha cota completada
Antes de seguir para o paraíso.

domingo, 20 de maio de 2012

Meu Velho Computador

By: Soaroir Maria de Campos
Jan. 22/08 14:55

 poema para um objeto

Empalidecida tela
dando piscadelas,
oscilando as janelas
e as cores das figuras.
Esse meu computador...
Será que sente dor?
Será que anda inebriado
com meus poemas de amor?
Esse meu computador...
Será que sente saudades
do ábaco, da Remmignton, talvez
cansado da realidade virtual
ande com binárias analogias
pensando só em digital!
Meu velho computador...
Falta fósforo em sua screen
foi rareando esse alimentador
que você ficou assim.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Perdidos na Net

Coversa no Parnaso

Com versando

Soaroir Maria de Campos – Dez 23/2006
(Conversa no Parnaso)
Dialogismo
I
Poesia é rainha, majestade que não faz acordos,
Tem olhos feitos pra ver ninguém.
Anda engraçado quando está feliz,
cabisbaixa se insurge-se miserágil*.
De sua boca pouco sai se perguntado.
Não a faz comum a figura que tem:
dois olhos, coração, ouvido e um nariz.
Não é banal nem moça à-toa,
mas é fácil de reconhecê-la:
mais alumiada antes do arrebol,
acena no canto tudo o que sente.
Sem bandeiras ou pátria se assenta.
Tratados, tempo ou antiga ciência
lhe importam quando ela se acrava.
Engolfa-se sem presunção e aporta,
suporta, encoraja e muito empreita.
Chega, agita seu lenço sem arte.
com luva esquerda na mão direita,
desterra ouro até em escória que dormita.
Pouco bem recebida, novas, ela porta
histórias até bem vividas.
Resume sonhos em trovas
sem padrão, verseja vidas.
A esta poesia sem feição,
que de muitos verseja as vidas
sucumbi a (sua) preleção...

II

- Como vou reconhece-la, Poesia?
Com dois olhos, testa uma boca e um nariz?
Não vejo qualquer distinção!
- Se consigo te agradar, então sou poesia.
- E as lições e tratados; e, de Dionísio, a filosofia?
- Não duvides do que eu digo:
nada aqui é fantasia!
- Se odeio, sem rima afadigo;
se amo, com métrica me execro.
É isso que é poetar?
- Só cai o que nasce para baixo.
Poesias germinam no ar.

-Mas e a musa de outrora, de antiga rama,
é este um outro valor que se alevanta?
Nesta verve meu sangue ainda é lusitano,
brada a fama das vitórias que rimaram,
aroma que esta alma, ainda minha,
verte no sabor daquelas vinhas...

- Cessem, do sábio Grego e dos Troianos,
ádvenas ou vultos grandes que fizeram;
foram-se Alexandres e Trajanos,
romançarias com vitórias que tiveram.
Outro mais alto valor me alimenta
nas fadigas que neste tempo vos verberam.
Hoje sou uma outra poesia que as sustenta

Soaroir Maria de Campos – Dez 23/2006


revisão de Paulo Camelo e Obed Faria Jr

La verdad no esta afuera

Poesía
La verdad no esta afuera
Por Soaroir de Campos



Tengo que decir algunas verdades
No viene de nadie este dolor
mi tristeza
no viene de nadie
esta triste adicción a la mala suerte
como la paloma que se debate
en las afiladas garras del halcón
corren por ahí, dispersas - las respuestas
las victimas del propio Tártaro
cuyas verdades no están afuera


(imagem//rockntech.com)