Tempo de Cais



Conforme o tempo avança
lembro-me cada vez mais
do tempo quando eu criança
corria ao sol no cais.
Vau que inda hoje aliança
amigos, parentes e pais
outros de minha privança
liames de mesmos ais.


Soaroir Maria de Campos
  10/12/06

sábado, 28 de abril de 2012

Das Chuvas de Soaroir

Àgua de Chuva

Cai uma chuva caideira
Das que não dão enchente
Só deixa nas folhas os pingos
De água azul transparente

Permeando a própria leira
E o asfalto impertinente
Chove chuva no “espigão”
Da Paulista indiferente...

Soaroir 6/12/10

Das Chuvas de Bandeira
© Soaroir Maria de Campos 8/12/07 "Chuva"
imagem/google/oglobo

Por cima da ribanceira vejo a chuva que ainda cai

Encharca chãos e soleiras em enxurrada e corredeira

Estrondam trovoadas sobre as (minguadas) raízes das cidades

Diferente da bucólica chuva de Bandeira.

A chuva que ainda cai não é a mesma chuva caída

Sonora nas telhas vermelhas de barro das cumeeiras

Escoando para a terra funda e bolindo com as folhagens.

É chuva no asfalto. Não é mais a chuva regadeira.

Sua voz é mais selvagem não lembra canções de aias

Sem ter aonde ir chuva hoje - é só água traiçoeira.




Crônica de chuva
Logo cedo
Por: Soaroir Maria de Campos
14 de abril/2008
http://socronicas.blogspot.com/


Ainda dormem os "tropegantes" na breve aragem de outono, enquanto a sisuda e silenciosa manhã de segunda-feira digladia com o raio e o trovão na alcova do céu anuviado.
Todos ainda dormem, menos eu aqui na rede enquanto a chuva banha o ainda silencioso asfalto desta metrópole sobressalteada de esperança por um dia sem fumaças, motores e violências.
Timidamente roncam ao longe as engrenagens competindo com os primeiros gorjeios da natureza.
As plantas me caçoam com os pingos antes tímidos que se avolumam em gargarejos da tormenta que por aqui desaba. A luz não cessa. Ela persiste, reprisa e se aproxima com os trovões e a chuva que aperta.
Sem pôr de lado o matreiro ludibrio de poeta eu viro pássaro entre as nuvens carregadas. Tiraram a tampa do céu... Penso nas ribanças, nos “barranqueiros” e em suas casas soterrando-se, alagados terreiros e no trânsito parado e outros enguiçados nas águas correntes dos bueiros; nos pontos os que marcam um ponto para defender irreais 415 de mínimo, máximo para sobreviver até a outra segunda-feira.
Ainda faltam dez para eu acordar dessa chuva torrencial que cai às seis. Como espelhos, persianas e janelas aos poucos uma a uma deixa a luz passar. Silhuetas indecisas estendem os braços e experimentam o tempo.
Lá vai um cobertor. Entre PETs um mendigo na enxurrada encharcado atrás de sua relíquia conseguida entre os sobejos do domingo.
Chove “cats & dogs” por aqui no alto da Paulista.

Em Busca de Vau
by Soaroir


Frio nas costas -
Recorda-me a sedutora
Excitada chuva fina
Emprenhando as pradarias
De distantes setembros...
Espermados retraídos
Em ombros compadecidos
Inevitavelmente - curvados
Sobre ocultas mornas brasas
Neste estéril Agosto
Similar, entretanto
Com menos tantos e tantos
Que até choraria
Se lágrimas coubessem
Em uma (só) poesia...
(sem revisão)

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