Tempo de Cais



Conforme o tempo avança
lembro-me cada vez mais
do tempo quando eu criança
corria ao sol no cais.
Vau que inda hoje aliança
amigos, parentes e pais
outros de minha privança
liames de mesmos ais.


Soaroir Maria de Campos
  10/12/06

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Mania de Viver

Coleção Perdidos na Net)

Mania de Viver

"Essa Tal Mania de Viver"
By Soaroir 24/8/08

Se viver fosse um acesso de veneta, vá lá. Não é o caso. Não vou, mesmo porque não sei, entrar no mérito da criação, tampouco me enfronhar em "princípio de organização dinâmica, diretor e avaliador que determina as vivências e atos do indivíduo". Egos e superegos esta mini-crônica não cobrirá. Na minha simplória opinião, a culpa, se é que  existe alguma, deve ser daquele tal de Cupido que emaranha vida, amor e existência.

Essa tal mania de viver pode ser vista de vários ângulos. O meu, olhando para o lado real, tudo depende em que parte do Globo se vive.  Por exemplo, na Indonésia, 1 Real compra 5.630,36 Rúbias, já em Chipre, dá para comprar 0.24 de Libra CIP.¹

Livre arbítrio à parte, tem gente que diz que não basta existir e que é preciso viver e que para isso tem-se que ser humilde para reconhecer a própria ignorância e ser um eterno aprendiz. Convenhamos: deve ser (um pé) desesperador para um aluno saber que nunca sairá do banco da escola, principalmente se ele entender que, assim que começar a se alfabetizar na vida, ele morre e, nada, absolutamente nada do que assimilou lhe servirá depois de morto. A não ser que o discípulo acredite em reencarnação. Ele foi um faraó antes, e seu barco ficou a deriva e anda perdido por aqui, ao invés de ter ido se juntar aos deuses. Caso contrário, de pé ou sentado, virando cambota ou pendurado, vamos vivendo. Como prever  o futuro é muito difícil, mais ainda controlá-lo, vamos escrevendo. Pelo menos assim somos o sujeito da história.



Em resposta a crônica/dúvida de Yuri  em "Crônicas" do RL: http://www.recantodasletras.com.br/forum/index.php?topic=4112.0

¹  http://www.bc.gov.br/htms/bcjovem/moedasmundo.htm
Soaroir
Enviado por Soaroir em 24/08/2008
Reeditado em 24/08/2008
Código do texto: T1143338

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Universo Retraído

(perdidos na Net)

Universo Retraído
© Soaroir 2/8/08


“O Vestido” releio.
Visto qualquer coisa. Parto.
No quarto do meio
Procuro um veio.
Dia cheio de nada.
[Nem a poesia veio.
O mote do dia não veio.
A chuva prometida não veio.
O pastel da feira não veio.
[Sequer a vontade veio.
A palavra não veio.
O Verbo não veio.
A rolinha não veio.
[Nem a fome veio.

Será medo da liberdade?
[Não sei.

A promessa não veio.
A dor não veio.
A solidão não veio.
[Nem a tristeza veio.
A sorte não veio.
O riso não veio.
A cura não veio.
[Nem o remorso veio.
Dia cheio de nada.
A poesia não vem
Será medo da liberdade?
[Não sei.
Virei refém.
Amanhã, quem sabe...

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

L´Air Du Temps

(Perdidos na Net)
L´Air Du Temps
Copyright Soaroir
4/3/12




acordei  hoje uma douta
mais ornatos, bem mais destra
à  mercê de algumas  outras
estremaduras  do Mestre

caprichoso e lesto Tempo
escultor de todo rosto
no meu fincadas nos olhos
acama  ignotas  hóstias

enquanto ao redor da boca
sacrifícios a divindades
faz do riso um escárnio  
pelo  choro represado

(sem revisão)

Soaroir

Susto

(perdidos na Net)

SUSTO

Somos o centro do nosso próprio "buraco negro", onde a luz só penetra quando a gente permite - o resto é só poeira cósmica que se esvai com o próximo vendaval.
 
Soaroir
Enviado por Soaroir em 04/08/2006

Vento-Leste na Praia do Futuro

(Perdido na Net)

Vento-Leste na Praia do Futuro

Soaroir - 15/5/09

          (mote: vento)

O que dá em pé-de-vento
Brota em qualquer lugar
Independe do evento
Ou da intenção no plantar
Arrebenta e fecha o tempo
Quando deita a rezingar...

Não há peia nem virtude
          Que tape a boca de um vento!
Soaroir

Achas ao Vento

Achas ao Vento

Achas ao vento
© Soaroir 16/9/07 16:35
p/poesia on-line do RL

(Perdidos na Net)

Suave vento de setembro
O que me trazes nesta manhã?

       Lascas do passado de presente
       empilhadas ao pé das montanhas
       que se me barram ao topo do futuro.

Então dependes de tempestades
Para atingires a cimeira?

       Eu rufo plumagens de aves
       De ondas de todos os mares
       Zuno pelas frestas e curvas
       Das noites, e de pomares.

E hoje, o que me trazes?

       A Primavera, seu norte...
       Atinado, trago-lhe em ramas
       As brisas de boa sorte.


mote: 'O guardador de rebanhos'
In “Poemas completos de Alberto Caeiro”
 por Soaroir em 17/09/2007
Código do texto RL: T655785                                      

Despertar do Poeta

(Perdidos na Net)

O que acorda um poeta é...

Soaroir
27/12/09

                 "Despertar do Poeta"


liberdade de expressão
bloquinhos amassados
qualquer coisa
que descreva
a imagem do coração  -
da chuva no telhado
ao vento no varal -
é a bem calçada junta
caligrafia torta
e folha incerta
o que basta...
para acordar um poeta!
 
 
por Soaroir em 27/12/2009
Código do texto RL: T1998469
                     
          

domingo, 22 de setembro de 2013

A Voz do Vento

(Perdidos na Net)
-Poesia de Agosto -

A Voz do Vento
Soaroir 18/8/13


Se o vento ouvisse minha voz solitária

Dir-te-ia que te mando abraço e beijo

Mesmo que fosse em uma nota precária

Desta que com o antigo e mesmo desejo

Não se esquece da nefasta partida

Quando do mundo ficou só sobejo

E a saudade de viver a vida            

Soaroir 18/8/13

sábado, 21 de setembro de 2013

Cabeça-de-vento

cabeça-de-vento

(Perdidos na Net)
 
cabeça-de-vento
(título provisório)
© Soaroir de Campos
São Paulo/SP/Brasil
19/9/09




hoje falarei do vento

dele quando brisa branda

 animal rasteiro  e fértil

que se deita sobre os arroios e os morros

ejacula agradável suavidade nos sentidos

das roseiras, dos amantes e dos poetas.

Só hoje não me importarei com a tempestade

daquele vento de carreira que persegue lobos

 varre os cepos soltos das florestas

e destelha cumeeiras.

amanhã, não sei. Posso voltar aos tufões

e as desbrumas do vento do Leste

ou ao do formador de nuvens que vem do Sul

mas hoje, pelo menos hoje, saúdo e invoco Zéfiro

para sobrevoamos o bom tempo nos ares

de minha Primavera do Sudeste.



sem revisão
 
( "Hoje"  mote por Charlyane)
 
 
Soaroir
Enviado por Soaroir em 19/09/2009
Reeditado em 19/09/2009
Código do texto: T1819265

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Lista de Convidados

by Soaroir


imagem google/educolorir

Convido com antecedência
E com toda a reverência
Aedos, rapsodos, trovadores
Pintores, artistas, atores
Para serem os mecenas
Não de poesia apenas -
... da arte em toda essência!

Poesia de Rua

Poesia de Rua




imagem/google/certospresentes


Grafitagem
por Soaroir de Campos 15/8/12


De certo devo não, mesmo assim
Abro um nicho - sobreposto deixo
Em deleitosa fachada...Em galarim
Envolvo-a; guardo-a em nicho

Mesmo em preto colorgin
Usando (de) todo apetrecho
Nos muros daqui ou Berlin
Grafitando (tado) até os (em) seixos

Oxalá fosse (de você) para mim
Por afeição e não capricho
Tal poesia pichada assim
Pelos muros de meu trecho
   continua...

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Em Busca de Vau

(Perdidos na Net)

Em Busca de Vau




Frio nas costas -
Recorda-me a sedutora
Excitada chuva fina
Emprenhando as pradarias
De distantes setembros...
Espermados retraídos
Em ombros compadecidos
Inevitavelmente - curvados
Sobre ocultas mornas brasas
Neste estéril Agosto
Similar, entretanto
Com menos tantos e tantos
Que até choraria
Se as lágrimas coubessem
Em uma (só) poesia...

(sem revisão)
Em Busca de Vauby Soaroir

(imagem google)



Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=222320#ixzz28A8nQhtB
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Último Desejo

Não doem meu coração

(Perdidos na Net)
 
"Último desejo"
p/poesia on-line do RL

Não doem meu coração
© Soaroir Maria de Campos
25/08/07 13:45h


Ah!, meu último anelo não vou revelar...
Entre tantos nem sei qual escolher,
inda que o queiram saber! Para quê?
Se ninguém vai mesmo realizar!

Deixemos à hora denunciar
que desejo último prevalecer
na questão de se ter ou não se ter
direitos após mesmo defuntar.

Pra quem bem me conhece pediria:
não doem meu fígado ou coração...
Neles há pouco para se aproveitar.

Não é que eles sejam porcarias,
mas estão bem longe da perfeição
pra alguma outra vida remediar.


- O coração, deixo pros meus Façam dele o que quiserem Quando eu não mais estiver - n encontrei o resto deste texto.


ps: Perdoem-me! Esta é minha 1ª tentativa de SONETO...
Fragmento do texto original e perdido na Net: (O coração, deixo pros meus
Façam dele o que quiserem
Quando eu não mais  estiver aqui.)

Ménage à Trois

segunda-feira, setembro 09, 2013

Encontro Supremo

imagem google
 

A Natureza é sábia

Injusta, no entanto...

Quisera (eu) eternizar

A Terra, a Lua e Vênus

Neste Ménage à trois

Que jamais antes vi, apesar

Da minha maior idade...

Me faltou a lente -

E eu..., perdi o repente!

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Rascunho para Primavera

(perdidos na Net)
Rascunho para Primavera

Bem-vindo a Vinda

 
 quero-quero sonolento e  abelha humilde
(ainda) desorientados pelo sol de Agosto;
 gigante águia negra - urubu – se refestela
de lado a lado (sua) envergadura abraça
o vento de aragem, a chuva de lavagem;
asseiam (os) corpos, (os) pés e (os) semblantes,
alegram (as) folhagens, alimentam (as) raízes:
chuvas de Primavera... bem-vindo a vinda!
Soaroir 26/9/12
 
imagem/Emanuel Pereira/Rádio Pico  "galardão  Miosótis criado em 2012  p distinguir "bons comportamentos ambientais" na Região"

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Auto Retrato

(Perdidos na Net)
Eu sou... (EC)By: Soaroir Fev.19/08




Para o que sou não há desculpas
Nem culpados, responsáveis
Pelos acertos nem os tropeços
No palco da intenção das alegrias;
Hoje apagadas as circunstâncias,
Sou a lembrança que ficou na memória
Emersa como pessoa melhorada,
Eu sou uma desfaçada
Pela inferência das aleivosias;
Sou aquela que sai para dentro
Para então entrar pra fora, sem dó
E nenhuma auto piedade.

Auto-Retrato

Soaroir 12/11/07


De olhos fechados me retrato

Boa pura e bela

As sequelas omito.

Ao abri-las, confronto

Quixotes

Solidão de Crusoé

Faustosos mitos.

Às avessas retrato

Dorian Grey.

Eu Invisível

Eu e a Poesia

(Perdidos na Net)
"Eu invisível"
Soaroir
18/10/09


já fui invisível – depois sombra
e sempre que o sol se levantava ou descia,
eu ficava muito grande, e ao luar
eu era quase mais compacta do que a pedra.
naquele tempo não conhecia a minha própria natureza;
mas na ante-sala da Poesia logo compreendi.
e tornei-me mulher! Saí de lá madura;
deixei de ser invisível, ou sombra, mas como tal,
eu tinha vergonha de andar daquela maneira.
precisei de sapatos, roupas, de todo esse verniz,
enfim, que faz reconhecer uma mulher.

uma cópia, é plágio; muitas, é pesquisa
(Wilson Mizner )

domingo, 1 de setembro de 2013

Poetas são Furões

Poetas são Furões

© Soaroir de Campos
17/12/08



Não há um ofício de poeta. Há sim,
doninhas, furões que fuçam com insistência,
a própria alma inquieta.
Indóceis cavadores de devaneios
com (seus) efeitos sonoros em versos de páginas.