Tempo de Cais



Conforme o tempo avança
lembro-me cada vez mais
do tempo quando eu criança
corria ao sol no cais.
Vau que inda hoje aliança
amigos, parentes e pais
outros de minha privança
liames de mesmos ais.


Soaroir Maria de Campos
  10/12/06

sábado, 28 de janeiro de 2012

Perdido na Net XXIV


Leguleio
© Soaroir 1979
publicado em Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos vol.35
Câmara Brasileira de Jovens Escritores - Maio de 2007
ISBN: 978-85-60489-27-5



Circus Life by August Bradley

No próximo dia dez
De novembro, mês corrente,
Iremos celebrar
Fato muito transcendente

Neste dia há alguns anos
Chegava ao mundo arfante
Um bebê que se tornaria
Leguleio militante.

De fato, após algum tempo
De vida alegre e fagueira
Resolve, pensando bem,
Seguir do pai a carreira

E usando a oportunidade
Que o estudo lhe concedia,
Tornou-se estagiário
De PN & Companhia.

Agora com muitos sonhos
No futuro esperando,
Conhecimentos, já tem
E bossa vai conquistando

Mas nós que lhe conhecemos
O que lhe vai ao interior
Sabemos que a estes sonhos
Outros, sabe compor.

E como seus devaneios
Sabemos com exatidão
No painel que aqui vemos
Segue ampla descrição

Esperamos que no quadro
Não tenha faltado nenhum
Mas como em alguns corações
Se Faltou, cabe mais um.

E para que Fernando não pense
Que viemos denunciar
No outro quadro ele encontre
O que queremos expressar

Em várias línguas os votos
Em nossos corações a vontade
De que ele sinta de nós
Uma imensa amizade.

Soaroir 1979

Cantoria

Soaroir
22/3/10


"a cantoria do mar"





recorda o tempo passado – bem melhor
não fosse ele, mar ignóbil cantante
soado de quimeras obliquas
no horizonte de sentenças veras
arremessadas no impulsivo tom
dos vagalhões amaciados
pela salobra espuma
zunindo nos costados...

Tu, Poesia

Tu Poesia

Soaroir
23/3/10

"a sua poesia alivia a minha vida árdua"




Como podes dizer que não te apreço?

A fuga pertinaz de alguns momentos

Não é de ti, mas em mim quando esqueço

Em tuas rimas, meu árduo sofrimento.

Como vou de teus versos esquecer?

Se neles derramas teu dom mais puro

Consciente ou mesmo sem perceber

De aliviar a escalada de meus muros...


imagem/google/altoladeira

Talento

Personas

Num dia eu sou talento/
No outro aptidão/
Um lado é poeta/
O outro pontuação./

Um lado é de Eco/
O outro lado é preciso/
Um lado é de espelho/
O outro lado é Narciso./

Um é experiente/
Enquanto o outro é desprovido/
Um é exuberante/
Num outro ser recolhido./

Soaroir de Campos
13/3/07

Outbreak

Copyright Soaroir Maria de Campos
São Paulo / SP

Fluxo de consciência

Minhas canetas estão falhando.
Como minha inspiração,
a HP está sem tinta;
a tintura dos cabelos não deu certo;
a Lieb deixa pêlos brancos por toda a casa...
Que outono!

O nariz congestionado,
a garganta dói;
os ombros se contraem
na surrada malha acrílica -
Como podem abandonar o Sol...
irem além do Equador...
Que frio!

A lavadora emperrada -
na pia as louças se acumulam
às mãos que cada vez mais
têm menos circulação.
Abaixo a pressão sanguínea,
a osteoporose, o whiskey, o café -
adoto a piteira...
Quantos vícios!

E essas paredes surdas...
computador sem memórias;
Sem crédito o celular, a conta corrente,
a TV a cabo e esta escritura -
Tudo sem, tudo sem! Só, com Faukner...
Que domingo azul!





Publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - Volume 46 - Junho de 2008

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

De Neruda - Velho Cego

VIEJO CIEGO, LLORABAS...




imagem/google

Viejo ciego, llorabas cuando tu vida era
buena, cuando tenías en tus ojos el sol:
pero si ya el silencio llegó, ¿qué es lo que esperas,
qué es lo que esperas, ciego, qué esperas del dolor?

En tu rincón semejas un niño que naciera
sin pies para la tierra, sin ojos para el mar,
y como las bestias entre la noche ciega
sin día y sin crepúsculo- se cansan de esperar.

Porque si tú conoces el camino que lleva
en dos o tres minutos hacia la vida nueva,
viejo ciego ¿qué esperas, qué puedes esperar?

Y si por la amargura más bruta del destino,
animal viejo y ciego, no sabes el camino,
ya que tengo dos ojos te lo puedo enseñar.


Pablo Neruda
(1904–1973)

Crepusculario
(1919)
http://www.literatura.us/neruda/lario.html

domingo, 22 de janeiro de 2012

A lição do pardal

by: Soaroir 22/10/07 - 11:05
Mote: Ensina-me a viver


imagem/google

- Quem mandou você aqui, quem mandou?
- Sou um pardal, assim levo o meu dia
- Quisera viver assim, só avoando
Sem nada pra fazer
- Engana-se, disse-me ele então.
- Observe bem meu tamanho
Tente fazer seu ninho como o meu
Transporte no bico cada material
Avalie quantas viagens preciso
Para alimentar os meus
Ensiná-los só com exemplo
A voar e a se defender
De felinos e gaviões
Acredite, eu não poderia ser encarregado
De trabalho mais pesado do que o meu !
E novamente ele voou...

sábado, 21 de janeiro de 2012

Como na Canção dos Nebelungos

Soaroir 8/9/10


imagem Google

Baixo a guarda, sigo a fé dos tolos
A moral das fábulas, com a derrota da fraqueza
E os contos, com fadas e castelos
Amazonas e cavaleiros

Enquanto no horizonte
Um novo dia move - a narrativa breve
Para uma saga - de Volsungos


NOTA: Título: A Canção dos Nibelungos (Codex A)
Descrição
  • O Nibelungenlied (A Canção dos Nibelungos) é o mais famoso poema heróico em médio-alto alemão. Conta a história de Siegfried, o matador de dragões, desde sua infância e seu casamento com Kriemhild, até seu assassinato pelo terrível Hagen e a vingança subsequente de Kriemhild, culminando na aniquilação dos burgúndios ou nibelungos, na corte dos hunos. Originalmente baseado em uma antiga tradição oral, o poema foi passado para escrita por volta do ano de 1200,ou logo após, provavelmente na corte de Wolfger von Erla, Bispo de Passau, de 1191 a 1204. Atualmente, é conhecido apenas nas versões que chegaram até a época atual, através de 37 manuscritos e fragmentos que datam dos séculos XIII ao XVI. No século XIX, o Nibelungenlied teve uma enorme influência como poema épico nacional alemão, como está refletida em numerosos trabalhos de arte visual e nos dramas musicais de Richard Wagner. O Codex A, que é preservado na Biblioteca Estadual da Baviera, foi listado, junto com dois outros importantes manuscritos utilizados para estabelecer o texto (Códices B e C), no programa Memória do Mundo, da UNESCO, em 2009.(fonte/http://www.wdl.org/pt/item/4116/)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Serva da Gleba: O Saco

Serva da Gleba: O Saco: O Saco By Soaroir 20/1/12 A partir do próximo dia 25 não poderemos mais "aproveitei e passei no supermercado". A não ser que se carregu...

O Saco


O Saco
By Soaroir 20/1/12


A partir do próximo dia 25 não poderemos mais "aproveitei e passei no supermercado". A não ser que se carregue uma mochila e ou similar.

Na década de 70 morei nos Estados Unidos e jamais vi usarem sacolas plásticas. Mesmo nos filmes só se vê usarem sacos de papel pardo para carregar as compras. Agora me pergunto: por que por aqui não substituem o plástico pelo papel e sem ônus para o cliente que já paga um montão, além de impostos.

E o cocô do cachorro, como recolhê-lo? E o lixo caseiro não reciclável? Largamos para que sejam compostáveis... ou todos receberão um triturador doméstico?

Espero ainda alcançar a volta às ferrovias!

Rascunho - continuo + tarde...




O Saco de Papel na história
(sic) Os sacos são provavelmente tão antigos quanto a necessidade do ser humano de transportar objetos. Entretanto, por serem produzidos com materiais pouco duráveis quase não são relatados pelos arqueólogos. As primeiras referencias encontradas, sacos em couro para carregar dinheiro, remontam a 2000 a.c. na ilha de Creta. O uso dos sacos só foi difundindo a partir de 1700 com a revolução industrial, mas foi com a invenção da máquina de costura que seu uso se propagou mais rapidamente, já que inicialmente eram produzidos em juta ou algodão. O papel já existia nesta época. Por ser caro e de difícil produção tinha seu uso quase que restrito à impressão de publicações. A partir de 1803 a utilização comercial passou a ser viabilizada com a produção do papel em bobinas, o que permitia menores preços e maiores quantidades. A primeira patente de uma máquina para a produção de sacos é de 1852 e pertence ao americano Francis Wolle, ela já incorporava muito dos princípios das máquinas atuais. A grande dificuldade de cortar, formar e colar os fundos dos sacos foi resolvida por uma mulher. Margareth Knigth que, em 1870, patenteou uma máquina que executava estas funções de forma automática.

(...) http://www.sacodepapel.org.br/sacodepapel.htm#

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Metacidade

by Soaroir
16/1/12





São Paulo, metaconto de aéreas raízes,
cultivadas excepcionalmente, entre rios.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Hiku

by Soaroir
30/3/10


Sun ends at Paulista.
While in the Northeast spring
Yellows daffodils.

O Paulistez

Idioma de Paulista
by Soaroir

De skate e all star fazia um flashback... quando o outdoor gritou: blu-ray e
Bluetooth 50% off. Entrei no Shopping Paulista…Cash? Indagou o vendedor. Aí entrei no real.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Contos para São Paulo

Migração de Ano Novo

Soaroir
01/01/2010

Uma andorinha abismada com a cena, ousou, de longe, perguntar ao falcão/gavião:

- qual é a nova? Aonde vai com essa mudança?
- To indo pra sum Paulo...
- Mô di quê deixar essa paisagem?
Montanha lá, gaivotas ali e eu no meio a veranicar....
- Nessa época do ano lá é mais silencioso e cheinho de papagaios!
- Então tá, então.

Minuta de Microcontos


Microcontos sobre São Paulo /oficina SESC

1) Entre sirenes, semáforos e coletivos, ela  soltava/soltou a voz: Ai, se eu te pego!

2) Ao atravessar a Ipiranga com a Av. São João, o poeta não resistiu. Sacou do/o violão e juntou espanto e encanto.
Tirou de letra espanto e encanto. (ou: encanto e espanto)?

3) A Bela Cintra é produto notável, e dividida pela Av. Paulista... Consolação e Paraíso, seus denominadores comuns.

4) Era uma vez uma bucólica avenida, que veio por terra.Hoje, os arranha-céus a admiram na pintura do muro.

5) Em ondas curtas o Tietê passa. Coprófitos flutuantes, garças ex-brancas e capivaras ribeirinhas seguem sentenciados/condenados, pelo homem que não ouve o rio...

6) A gente deve ir em frente. E vamos. Mas é impossível esquecer o passado que a enxurrada levou. Disse o sobrevivente.

7) Minha cidade é grandeEu que fico pequenaDiante delaMinha cidade é boaEu  que não prestoPara viver nela.É poesiaConcreta

8) qual é a nova, falcão? Aonde vai com essa mudança? To indo pra sum Paulo...Lá é mais silencioso nessa época, e cheinho de papagaios...

sugestão de nome p o grupo


Poetas Amadores Reunidos Trabalhando Outros Temas

PARTOuT = adv., do fr. 1. em toda a parte, em qualquer lugar
Grupo Partout (sugestão)

By Soaroir 12/1/2012

Poesia para São Paulo

Aki Moro by Soaroir

tucalipe@hotmail.co.uk
Soaroir Maria de Campos · São Paulo, SP
25/1/2009 · 54 · 8
Aki Moro
by Soaroir
Jan.2009

Se o sinhô não tá lembrado
dá licença de contá

o que Adoniran fez por cá.
Com poesia e lealdade
ele cantou esta cidade
quando chuva era só garoa
sem alagos e crueldade.
Como eu não sei cantar
e meus versos são passatempo
digo nesses de pé quebrado
sem nenhum medo de errar
o que é hoje esse lugar:

Minha cidade é grande
Eu é que fico pequena
Diante dela.

Minha cidade é rica
Eu é que sou pobre
Mera bagatela

Minha cidade é séria
Eu é que sou bufana
Só balela

Minha cidade dá proventos
Eu é que não aproveito
Fico banguela

Minha cidade é segura
Eu é que não agüento
Tanta tramela

Minha cidade é boa
Eu é que não presto
Para viver nela.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Tributos a Olavo Bilac

Conto Minimalista
by Soaroir 8/1/12



“Os Óculos”
O austero e competente doutor examina o ventre da enferma. – Pulga, unhas de gato, exclama. Coberta de pejo balbucia a donzela: — Não! Não é nada... não sei... isto é... talvez seja dos óculos do João...


MICROCONTO
O austero doutor examina-lhe o ventre. Pulga, gato, exclama. Cheia de pejo balbucia a donzela: Não sei... Talvez dos óculos do João...


 
Tributo a Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac

Poesia Ligeira


o bom da poesia ligeira é que o fim não precisa justificar o início
by Soaroir
25/4/10

quando lhe perguntarem “como vai”
numa conversa, mesmo informal
diga somente “bem”, sem nenhum “ai”
para o outro não sentir-se mal...

quando lhe perguntarem de alguém
numa conversa, mesmo informal
dele só fale bem, sem nenhum “porém”
não é privilégio do outro ser mau...

se voce  embecado no branco da fama
postado no alto de um pedestal
vir seu fratelo jogado, caído na lama
experimente o seu lado fraternal...

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Neste Novo Ano

Call Céu
by Soaroir
31/12/08


"Sua ligação é muito importante para Nós"

Ligue 0800 para ligação direta e gratuita
Em seguida acesse as letras 238
Peça o ramal 53787
Se a linha estiver congestionada
Deixe o seu pedido de ano novo
Ou a reclamação do velho
No ramal 73376
Não se preocupe com o tempo
Tudo estará sendo gravado
E se a espera ultrapassar 1 ano
É só entrar com um processo
perante 3387.

Entre o Céu e a Terra

© Soaroir de Campos

Sunset - Claude Monet

















- Eu amparo o vento.
- Em mim ele vagueia.
- Eu me visto de nuvens.
- Elas me enleiam.
- Eu nasci faz tempo.
- Eu canto a vida e a morte.
- Todos me vêem.
- A mim interpretam.
- Eu seguro a neve que prende pés.
- Eu vôo até o Sol e me derreto.
- Sou muito importante, a mim até veio Moisés.
- Entre os deuses eu habito.
- Eu sou muito alta.
- Sou mais o poeta.
- Eu sou sólida.
- E eu transparência.
- Eu sou pedra.
- Eu sou criação.
- Sou intransponível.
- Sob teus pés habito.
- Sou poderosa.
- Tua areia me enriquece.
- Faça me uma lenda.
- Dê-me então um mote.
- Esmeralda.
- Está bom assim?
- Não vejo cor!
- São versos brancos!
- Quem é você?
- Emoção.
- Eu sou a Montanha.
- Muito prazer, eu sou a Poesia.


MOTE DO DIA 19/12/08
Citação de: Soaroir em Hoje às 08:41
"Meu êxito vem da Natureza, a fonte de minha inspiração"
Claude Monet

Será que a Natureza age de maneira diversa dependendo da
simpatia ou antipatia para com este ou aquele indivíduo?

O Mapa Atualizado

O Mapa Atualizado
By Soaroir 29/5/08


Oh cidadão, por quê te encharcas
Arrotas alto e te deita no chão?
Por quê, cidadão, esse desalento,
essa falta que lhe cobre o corpo
desnuda-te a mente de seguir em frente?

- Não tenho o travo de pessimismo
que habita a tua alma de aparência calma
camuflando-te a visão a qual vê meu leito
que para ti, somente é como se fosse um chão
onde tu te apóias enquanto julgas e mentes
chamando-me de cidadão como se fora tu
a espera de “virar poeira ou folha levada”;
na madrugada já sou esse “pouco do nada
invisível “, por estas ruas desencantadas
“Que nem em sonho sonhei” pudesse
um dia amparar meu pouso, que
repousado nos respingos da água ardente,
eu nada mais tenho a reclamar nesta
viagem exotérica das grandes cidades.

O Mistério do Texto Roubado



Prof Moacyr Scliar. Saudade.




Livro de Todos - O mistério do texto roubado
Obra coletiva  173 autores
Capa: Maurício de Sousa
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo/Câmara Brasileira do Livro


O livro, um romance policial infanto-juvenil, foi escrito pela web por 173 autores anônimos e consagrados. Tudo aconteceu através do site “Livro de Todos” que ficou no ar de 16 de maio a 16 de junho e recebeu 14 mil visitas. Todos os mais de 300 textos enviados foram avaliados, selecionados e editados por uma comissão editorial da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo supervisionada pelo jornalista Almyr Gajardoni.
Até o o best-seller Roberto Shinyashiki e o vencedor do Prêmio Jabuti, Menalton Braff colaboraram  na seleção. O primeiro capítulo foi escrito pelo premiado autor Moacyr Scliar, o ponto de partida para a colaboração dos internautas

Perdido na Net XXIII

amor, corpos e almas

Soaroir de Campos
São Paulo/SP - 15/2/10
 


                       
depois de sessenta invernos
quê dizer de almas e rostos
fica tudo tão exausto
grisalho, ântero-interno

alma e corpo perdem o posto
no acordo que outrora fausto

ao encontro do amor eterno

vê-se a alma no alento
pactuando com o superno...


(sem revisão)
 
Soaroir
Enviado por Soaroir em 15/02/2010
Reeditado em 16/02/2010
Código do texto: T2088581

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Perdido na Net XII

O Fato da Foto

O Fato da Foto
©Soaroir foto e texto
28/10/08 São Paulo/BR
http://pote-de-poesias.blogspot.com/2008/10/o-fato-da-foto.html















cada foto uma história
de lugar, amor ou parente
fala mais que mil palavras
é retrato e nunca mente.
é um envelope endereçado
uma carta bem catita
expedida do passado
ao presente sem escrita.
colorida ou amarelada
exposta ou irrevelada
cada foto leva ao sempre
a lembrança preservada.
encerrada em relicários
de madeira ou fino cromo
vai direto para o lixo
logo assim que morre o dono.

Soaroir
Enviado por Soaroir em 29/10/2008
Código do texto: T1253964

Lágrima

Dominação
Copyright Soaroir



Não há lágrima sem motivo
Miúdo ou muito forte...
Choro alto, choro baixo -
Há lágrima pra todo o porte.

Na igreja, na milonga
Na cantiga, na escrita
Moderna ou cafona
A lágrima não se limita

Não há calço nem há peia
Que a assegure um lugar
Ela tem vontade própria
Quando se decide a rolar

Nem se importa com a razão
Se de rir ou de chorar
Tampouco com a cara (feia) -
Na qual ela vai tombar.


original publicado
em 6/7/2009
by Soaroir

domingo, 1 de janeiro de 2012

Linguagem dos Bichos

Soaroir
28/4/10

imagem/google/governoemrede



às vezes penso
sou papagaio
siriema, um ganso...
revolvo ciscos
cato insetos
engulo sapos
o que salva
é que eu penso...
e sempre vôo
no entanto canso
e sem descer
troco de posto