Tempo de Cais



Conforme o tempo avança
lembro-me cada vez mais
do tempo quando eu criança
corria ao sol no cais.
Vau que inda hoje aliança
amigos, parentes e pais
outros de minha privança
liames de mesmos ais.


Soaroir Maria de Campos
  10/12/06
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quinta-feira, 5 de julho de 2012

O poeta que não calculava

Coleção - Perdidos na Net

o poeta que não calculava


Queria escrever mais, mas ainda me falta o dote;
o tempo não ajuda apesar do mote;
a estação outono abriu sem sol;
fico eu na plataforma plantado, pensando
no alpiste que acabou, nos passarinhos que migraram.
Minhas flores estão murchas, mesmo aguadas há pouco viço.
Estou aqui incubado no mesmo vaso que os narcisos.
Bulbos encobertos esperando o adubo no fim do mês.
Quem sabe recobrirei a prima Vera.
por Bruxa Onilda da Gália em 25/03/2008
RL Código do texto: T916174
http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/916174
ps: heterônimo de Soaroir

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Que lembrança vale toda a eternidade

By Soaroir 11/11/07


Sinopse:
"Num local, entre o Céu e a Terra, pessoas que acabaram de morrer são apresentadas aos seus guias espirituais. Durante os três dias seguintes, eles auxiliam os mortos a vasculhar suas memórias em busca de um momento inesquecível de suas vidas. O momento escolhido é recriado num filme, que será a única lembrança a ser levada para o paraíso. Esquecerá e será esquecido pelo resto.
Não se segue viagem enquanto não fizer a escolha."

*(Mote baseado no filme japonês After life “Depois da Vida” ( Wandafuro Raifu) – 1998, dirigido por Hirokazu Kore-eda.)

----------xxxxx----------
Depois da Vida

Como macromoléculas existentes
Sem que nos demos conta delas
Cada epifania constrói nosso dia-a-dia.
Se na hora da cessação, revisão
For-me dado o direito de escolher
Um único melhor momento pra lembrar
Por toda a minha eternidade
Eu sei que vou sofrer…
Como deixar para trás o meu nascer?
As horas que passaram sem eu perceber,
As que me calei quando deveria falar
As pessoas que fingi não entender,
As que não me permitiram amá-las,
As que me amaram sem eu pedir,
E que ficarão por aqui?
Como me decidir entre o cheiro do coito
Meus abortos, meus partos, meus filhos,
Meus amantes, meus amores, meus pratos?
Como me esquecer da chuva, das brotações,
Da colheita do centeio, parreiras e oliveiras?
Da cigarra se pocando de tanto cantar,
Da formiga exaurida de tanto trabalhar?
Como me contentar ser esquecida
Pelas ostras que me enfeitaram com pérolas,
Pelos pássaros que me ensinaram a cantar,
Pelas letras que me permitiram escrever,
Poesias, mesmo sem eu sequer sabê-las…
A lembrança minha digna da eternidade
Sem sofrer eu escolheria o momento
Meu na hora de morrer
Olhando para trás com satisfação e riso
Admirando minha cota completada
Antes de seguir para o paraíso.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Perdido na Net

Depois da Vida
Copyright Soaroir

*Que lembrança vale toda a eternidade?
Mote de 11/11/07 - Poesia on-line do RL
http://www.recantodasletras.com.br/forum/index.php?topic=3201.0
e/ou in Pote de poesias:http://pote-de-poesias.blogspot.com

(This poem needs translation
For lots of foreign readers
needn't Shakespeare's perfection
nor Byron's style, neither)
http://www.facebook.com/profile.php?id=634208065


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Como macromoléculas existentes
Sem que nos demos conta delas
Cada epifania constrói nosso dia-a-dia.
Se na hora da cessação, revisão
For-me dado o direito de escolher
Um único melhor momento pra lembrar
Por toda a minha eternidade
Eu sei que vou sofrer…
Como deixar para trás o meu nascer?
As horas que passaram sem eu perceber,
As que me calei quando deveria falar
As pessoas que fingi não entender,
As que não me permitiram amá-las,
As que me amaram sem eu pedir,
E que ficarão por aqui?
Como me decidir entre o cheiro do coito
Meus abortos, meus partos, meus filhos,
Meus amantes, meus amores, meus pratos?
Como me esquecer da chuva, das brotações,
Da colheita do centeio, parreiras e oliveiras?
Da cigarra se pocando de tanto cantar,
Da formiga exaurida de tanto trabalhar?
Como me contentar ser esquecida
Pelas ostras que me enfeitaram com pérolas,
Pelos pássaros que me ensinaram a cantar,
Pelas letras que me permitiram escrever,
Poesias, mesmo sem eu sequer sabê-las…
A lembrança minha digna da eternidade
Sem sofrer eu escolheria o momento
Meu na hora de morrer
Olhando para trás com satisfação e riso
Admirando minha cota completada
Antes de seguir para o paraíso.

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*(Mote baseado no filme japonês After life “Depois da Vida” ( Wandafuro Raifu) – 1998, dirigido por Hirokazu Kore-eda.))

Sinopse:
"Num local, entre o Céu e a Terra, pessoas que acabaram de morrer são apresentadas aos seus guias espirituais. Durante os três dias seguintes, eles auxiliam os mortos a vasculhar suas memórias em busca de um momento inesquecível de suas vidas. O momento escolhido é recriado num filme, que será a única lembrança a ser levada para o paraíso. Esquecerá e será esquecido pelo resto.
Não se segue viagem enquanto não fizer a escolha."