Tempo de Cais



Conforme o tempo avança
lembro-me cada vez mais
do tempo quando eu criança
corria ao sol no cais.
Vau que inda hoje aliança
amigos, parentes e pais
outros de minha privança
liames de mesmos ais.


Soaroir Maria de Campos
  10/12/06
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sábado, 28 de janeiro de 2012

Outbreak

Copyright Soaroir Maria de Campos
São Paulo / SP

Fluxo de consciência

Minhas canetas estão falhando.
Como minha inspiração,
a HP está sem tinta;
a tintura dos cabelos não deu certo;
a Lieb deixa pêlos brancos por toda a casa...
Que outono!

O nariz congestionado,
a garganta dói;
os ombros se contraem
na surrada malha acrílica -
Como podem abandonar o Sol...
irem além do Equador...
Que frio!

A lavadora emperrada -
na pia as louças se acumulam
às mãos que cada vez mais
têm menos circulação.
Abaixo a pressão sanguínea,
a osteoporose, o whiskey, o café -
adoto a piteira...
Quantos vícios!

E essas paredes surdas...
computador sem memórias;
Sem crédito o celular, a conta corrente,
a TV a cabo e esta escritura -
Tudo sem, tudo sem! Só, com Faukner...
Que domingo azul!





Publicado na Antologia de Poetas Brasileiros - Volume 46 - Junho de 2008